quinta-feira, 16 de maio de 2013

O Levante Constitucionalista de 1932

Com Getúlio Vargas na presidência, as oligarquias paulistas ficaram à margem do poder. Inconformadas, iniciaram a Revolução Constitucionalista de 1932. De reivindicação oligárquica o levante passou a luta democrática a favor da legalidade.

A causa política do Levante Constitucionalista

O que marcou o início da insatisfação dos paulistas com o governo de Vargas foi o fato de o Governo Provisório ter decidido não atender às reivindicações do povo e determinado um interventor confiável, que obedecesse ao novo regime, e não ao grupo cafeicultor.
Assim, o tenente João Alberto Lins de Barros foi enviado a São Paulo para administrar o Estado, o que desencadeou o processo de ruptura entre Vargas e a antiga oligarquia no poder. Após encontrar muitas dificuldades para se firmar no cargo, João Alberto acabou abandonando-o. Até 1932, outros interventores passaram pelo Estado, sem, contudo, permanecer no governo.

A luta paulista pelo retorno à legalidade.

O conflito entre o Governo Provisório e São Paulo não se limitava a questões administrativas. Para os paulistas, Vargas estava prolongando sua permanência no poder e retardando a organização de uma Assembleia Nacional Constituinte que pudesse reelaborar as leis da nação, definindo as novas regras democráticas, além de novas eleições.
Essas eleições eram mais do que desejadas pelas oligarquias, que acreditavam na possibilidade de retornar ao poder através da recomposição das forças que sustentavam a política do café-com-leite. Esse anseio acabou se estendendo a toda a população paulista.

Levante Constitucionalista de 1932: o início do conflito

As manifestações contra Getúlio Vargas começaram a se  avolumar, não se limitando apenas a São Paulo - outros Estados, como Minas Gerais e o Rio Grande do Sul, também se ressentiam das mudanças promovidas por Vargas, principalmente da promulgação do Código Eleitoral, que anulava as regras da política do café-com-leite.
A insatisfação generalizada de alguns dos Estados mais poderosos da Federação fortaleceu os ânimos da elite paulista, que, através do Partido Democrático (PD), começou a se preparar para o conflito com o governo federal.
A deflagração do levante constitucionalista ocorreu durante uma manifestação popular contra os tenentes paulistas, que acabou se transformando em uma luta generalizada, vitimando cinco estudantes de Direito. A morte dos jovens levou à criação do movimento MMDCA (sigla formada pela inicial de seus sobrenomes: Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga), que congregou a sociedade paulista.
Os Tenentes, insatisfeitos com o governo, se articularam de formas diferentes nos estados. Em São Paulo houve uma aliança com a elite cafeeira, que exigia de Getúlio uma nova constituição e eleições. A mensagem de uma nova constituição e eleições. A mensagem de uma constituição e de autonomia sensibilizou muitos grupos sociais paulistas.
Os Tenentes foram uma espécie de "Catalisador" da revolução, pois grupos que a princípio tinham interesses diferentes se reuniram em oposição a Vargas.
Em 9 de julho de 1932, contando com o apoio de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, na época considerado garantido, o governo de São Paulo rompeu com a Federação. No entanto, as coisas não saíram como os paulistas esperavam: mesmo insatisfeitos com o governo, mineiros e gaúchos optaram por evitar o confronto direto, por estarem cientes da superioridade das forças federais em relação às tropas estaduais. Com isso, São Paulo ficou isolado, passando a depender de seus próprios recursos para combater Getúlio Vargas.


Cena da Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo (SP).



Levante Constitucionalista de 1932: a guerra civil

As dificuldades enfrentadas por São Paulo na guerra civil de 1932 eram visíveis: apesar do grande número de voluntários que se ofereceram para compor a força militar, os paulistas contavam com pequena quantidade de armas e de munição.
O governo realizou campanhas para tentar arrecadar fundos e se equiparar às forças federais, porém sem sucesso.
Para isolar São Paulo, Vargas enviou tropas pelo Paraná e por Minas Gerais, além de bloquear o porto de Santos, impedindo o acesso ao mercado externo. Os soldados paulistas eram submetidos a condições difíceis, como racionamento de comida (quando não passavam fome), de munição e de armas, epidemias no campo de batalha e atendimento médico precário.
O conflito durou apenas três meses, tendo sido encerrado com a rendição das tropas paulistas em outubro de 1932.



   Mapa de Pontos Estratégicos desenvolvidos na Revolução de 32






Consequências da derrota paulista em 1932

Contrariando os tenentes, Getúlio Vargas perdoou as oligarquias paulistas, anistiando os revoltosos e cedendo a suas exigências. Ele nomeou como novo interventor o civil paulista Pedro de Toledo, que não permaneceu muito tempo na função. Além disso, em 1933 Vargas convocou eleições para a formação de uma Assembleia Nacional Constituinte.
As medidas indicavam claramente a adoção de um novo rumo: enquanto o s tenentes já não eram mais necessários para a manutenção do poder, o apoio das oligarquias, devidamente controladas pela máquina estatal, contribuiria para a consolidação do poder político de Vargas.





















segunda-feira, 6 de maio de 2013

                           Brasão de São Paulo

                                         

Heráldica: (conjunto de emblemas do Brasão) um escudo português vermelho e uma espada com o punho voltado para baixo sobre o cruzamento de um ramo de louro, à direita e um  ramo de Carvalho, à esquerda. A lâmina separa as letras "SP", tudo em prata.
Timbre: uma estrela de prata.
Suportes: dois ramos de cafeeiro frutificados, de sua cor, cujas hastes se cruzam abaixo.
Divisa: (lema do Estado de São Paulo) gravada em prata sobre faixa de esmalte. Em latim: "PRO BRASILIA FIANT EXIMIA", que significa: pelo Brasil façam-se grandes coisas.

Histórico

Instituído por ocasião da Revolução Constitucionalista de 1932, pelo Decreto nº 5.656, assinado pelo governador Pedro de Toledo, em agosto do mesmo ano. Criado pelo pintor Wasth Rodrigues, foi símbolo da campanha "Ouro para o Bem do Brasil". Utilizado até o Estado Novo, em 1937, foi substituído por outros símbolos nacionais. Reconquista sua função simbólica original com a redemocratização e a nova Constituição de 1946.